TEMPESTADES ELÉTRICAS: Física dos Relâmpagos

17/10/2021

Como se forma os relâmpagos?

De modo geral, os relâmpagos se formam devido ao acúmulo de cargas elétricas em lugares específicos na atmosfera. Os relâmpagos são na maioria dentro de nuvens de tempestade denominada cumulonimbus. (ARMANI, 2013, p. 9, adaptação nossa).

O relâmpago nuvem-solo em 1 metro de diâmetro, emite tanta luz que pode iluminar uma cidade de 200 mil habitantes em 1 minuto.

E  e alcançar temperaturas de 30 mil graus Celsius, 5 vezes mais quente que a superfície do Sol.


Na aglomeração de nuvens, correntes de ar quente e umidade, próximos ao solo, sobem em camadas altas e frias da atmosfera. Quando esse vapor de água se liquefeita e solidifica, caem na nuvem, colidindo constantemente entre outras partículas de água na nuvem. Durante a colisão essas moléculas perdem alguns de seus elétrons para outras moléculas, na qual essas partículas ficam com excesso de elétrons, e portando, carregados negativamente, e aquelas que perderam elétrons ficam carregadas positivamente, esse momento é chamado de eletricidade estática ou eletrostática.

Quando isso acontece, forma se um campo elétrico, separadas entre as cargas positivas e negativas. Na imagem a seguir, as carga são representadas pelos sinais: - carga negativa; + carga positiva.

Se a formação das nuvens for aumentando, as transferências de elétrons para outras partículas também aumentarão progressivamente, elevando sua força eletrostática entre as moléculas. 

Imagem 1. Representação  das descargas elétricas, do sinal, - negativas e sinal + positivas. (Cc: inpe.br).

Apesar de que, o ar é isolante para a força elétrica nas nuvens, mas chegará o momento em que essa força eletrostática será rompida, de modo que, nas regiões aglomeradas de partículas carregadas negativamente, elétrons transladam por caminhos com regiões de partículas carregadas positivamente, ou como também as cargas positivas (moléculas com ausência de elétrons) transladam para as negativas, a conhecida "descarga elétrica", conforme mostrado na Imagem 1. Essa descarga, além de gerar efeitos elevados de temperatura, emite intensidades altas de luz visível, no percurso entre as nuvens de tempestade, dando origem ao relâmpago. Ou o raio, de tempestade conectada ao solo, chamado de descendente quando se inicia da tempestade ao solo e ascendente quando se inicia do solo para a tempestade.

A causalidade das temperaturas elevadas dos relâmpagos entre tempestades e solo, está relacionado com a resistência do ar. Como o ar é um péssimo condutor de eletricidade, claramente a translação de elétrons e cargas positivas se tornam péssima, isso é chamado de resistência elétrica, que é o mesmo caso dos chuveiros, a correte elétrica é bloqueada devido a composição do material, a ponto dos elétrons, se atritarem entre as moléculas, agitando-as de modo que, emitem radiação infravermelha, o calor, esse fenômeno é chamado de efeito joule. E juntamente com radiação branca, o qual é a luz que enxergamos, que no caso dos raios, percebemos a descarga elétrica desenhando os céus.

Nem todos os relâmpagos são emissores de radiação infravermelha (calor) e branca (visível), mas contudo são emissores principalmente por radiação de rádio, de alta e baixa magnitude, que por sua vez, são responsáveis pelas interferias de tecnologias de comunicação.

Normalmente, os raios e relâmpagos, têm duração de meio segundo e comprimentos de 5 km a 10 km. Mas já houve, em outubro de 2017, um relâmpago que se estendeu por três estados dos EUA, Texas, Oklahoma e Kansas, em uma trajetória de 500 km, iluminando uma área de 67.845 quilômetros quadrados, evento recorde chamado como megaflashe.

O Brasil é o país que tem mais incidências em todo mundo, caem cerca de 77.8 milhões de raios por ano, segundo registros do Grupo de Eletricidade Atmosférica - ELAT. A explicação desse motivo, é a extensão geográfica: é o maior país da zona tropical do planeta - área central onde o clima é mais quente e, portanto, mais favorável à formação de tempestades e de raios. (ELAT, adaptação nossa).

A seguir, algumas fotos e vídeos de raios e relâmpagos fotografadas pelo fotógrafo Leo Caldas, Distrito Federal, Brasil.

.

Relâmpagos em erupções vulcânicas?

Descargas elétricas também ocorrem erupções vulcânicas, a causalidades delas no entanto é pouco conhecida, certamente quando o vulcão em estado de erupção de seu magma (massa mineral pastosa), libera na atmosfera grandes quantidades de gazes e poeira e, como acontece nas nuvens, os sedimentos se atritam a ponto de ficarem eletrizadas suficiente para o surgimento das descargas elétricas, os relâmpagos.

Raios e relâmpagos em tempestades vulcânicas.

Vulcão Sakurajima, no sul do Japão, erupção em janeiro de 2013. Foto de Martin Rietze.

Vulcão Eyjafjallajökull, Islândia, erupção em 21 de março de 2010. Foto: National Geographic.

Vulcão Calbuco em 2015, Chile. Foto de Francisco Negroni. 

Vulcão de Jundiai, México, considerado o vulcão mais ativo do país. Foto de Sergio Tapiro.

Os relâmpagos também ocorrem em tempestades de neve, tempestades de areia, ou mesmo em nuvens que não sejam de tempestade, só que em baixa magnitude. 


Considerações:

O artigo escrito: "Tempestades Elétricas: Física dos Relâmpagos", é um projeto orgânico, referente aos posts publicados na rede social Instagram, neste, incluindo adaptações e referências.

OLIVEIRA, D. F. M. 2021.

HALLIDAY, David. / RESNICK, Robert. - Fundamentos de Física, Eletromagnetismo. Volume 3. Editora: Livros Técnicos e Científicos Editora. 9º Edição. Rio de Janeiro, 2013.

ARMANI, et al. Você sabe o que é relâmpago?. 1º Edição. Instituto Geológico. Disponível em <https://researchgate.net/publication/301776139_voce_sabe_o_que_e_relampago> São Paulo, 2013. Acesso em: 04 abr 2020.

RAIOS, RELÂMPAGOS E TROVÕES. Só Geografia. Disponível em <https://sogeografia.com.br/Conteudos/GeografiaFisica/Fenomenos/raios.php> Acesso em: 13 abr 2020.

DEFINIÇÃO. ELAT - Grupo de Eletricidade Atmosférica. Disponível em <https://inpe.br/webelat/homepage/menu/relamp/relampagos/definicao.php> Acesso em: 14 abr 2020.

DADOS DE SATÉLITE REVELAM RAIO COM MAIS DE 500 QUILÔMETROS DE COMPRIMENTO, O MAIS LONGO JÁ REGISTRADO. Gizmodo Brasil, 31 out 2019. Disponível em <https://gizmodo.uol.com.br/raio-500-km-mais-longo-ja-visto/> Acesso em: 14 abr 2020.

HELERBROCK, Rafael. Efeito Joule; Brasil Escola. Disponível em <https://www.brasilescola.uol.com.br/fisica/efeito-joule.htm> Acesso em: 24 abr 2020.

© 2024 - Todos os direitos reservados ● Blog Pessoal de Ciências ● PR (BR)
Desenvolvido por Webnode
Crie seu site grátis! Este site foi criado com Webnode. Crie um grátis para você também! Comece agora